Enfim sabemos o que criou aquele coração enorme na superfície de Plutão
Assim que saíram as primeiras imagens mais nítidas de Plutão, muitos repararam em um grande coração espalhado por metade da superfície do planeta-anão, como algo deixado ali de propósito para nós vermos. Um ano depois, descobrimos porque esse formato está lá.
Nós já sabíamos o que estava no coração de Plutão: ele é formado por enormes geleiras, e composto principalmente por gelo de nitrogênio. No entanto, a origem destes materiais permanecia um mistério. Agora, um novo estudo na Nature tem uma resposta para nós.
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Plutão (Tanguy Bertrand)
Os pesquisadores usaram dados e observações coletadas durante o voo da sonda New Horizons, da NASA, para criar uma simulação ambiental que abrange os últimos 50.000 anos de história de Plutão.
Antes, os pesquisadores suspeitavam que o tamanho das geleiras no coração de Plutão sugeria haver um vasto reservatório de gelo de nitrogênio em algum lugar abaixo da superfície.
O novo modelo mostra que não há nenhum reservatório profundo de gelo, no entanto. Em vez disso, o ambiente gelado de Plutão é moldado por bacias profundas na superfície, que têm temperaturas extremamente frias, e geadas de metano que dependem da estação do ano.
Observações de Plutão comparadas ao modelo publicado na Nature (Tanguy Bertrand)
“Nosso conhecimento do que está na superfície de Plutão não mudou, mas agora sabemos porque as coisas na superfície estão distribuídas dessa forma”, diz Tanguy Bertrand, coautor do estudo e candidato a PhD na Université Pierre et Marie Curie (Paris), ao Gizmodo.
O modelo deles remonta a milhares de anos no passado, mas também olha para o futuro para prever o que vai acontecer com o gelo de Plutão. As geadas sazonais, em particular, devem desaparecer lentamente. Isso não significa que o coração vai desaparecer, mas poderíamos ver algo ainda mais estranho – um batimento cardíaco.
O gelo de nitrogênio se deslocando em Plutão (Tanguy Bertrand)
“A geleira do coração no interior é realmente enorme, e não é afetada pelas mudanças sazonais. Ela provavelmente se formou quando a bacia se formou, e continuará lá no futuro”, diz Bertrand. “No entanto, ela provavelmente flui e se retrai ao longo de algumas centenas de quilômetros (como um coração batendo) ao longo do tempo, erodindo e moldando as montanhas que a rodeiam.”
Ao observar Plutão ao longo de décadas para ver se as previsões do modelo se tornam realidade, os pesquisadores vão confirmar o modelo ou descobrir maneiras de ajustá-lo. É possível que descobriremos um mundo mais volátil do que esperávamos.
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