sábado, 18 de julho de 2015


O primeiro zoom em Caronte

POR SALVADOR NOGUEIRA
A Nasa divulgou nesta quinta-feira (16), sem muita pompa, o primeiro zoom sobre Caronte, a maior das luas de Plutão, feito pela sonda New Horizons. Ele apresenta alguns traços interessantes, mas revela uma face muito mais esburacada que do close no planeta anão, revelado no dia anterior.
O primeiro zoom sobre Caronte, a maior das luas de Plutão. (Crédito: Nasa)
O primeiro zoom sobre Caronte, a maior das luas de Plutão. (Crédito: Nasa)
Isso indica, de forma preliminar (difícil tomar o todo por um retângulo de 300 km de comprimento), que Caronte é menos ativa que Plutão — sua superfície se renova com menos frequência (embora as rachaduras no solo também não deixem mentir que algo aconteceu lá embaixo, pelo menos no passado remoto).
O resultado também ajuda a descartar a ideia de que o baixo número de crateras em Plutão tenha a ver com a pequena presença de objetos na região com que se possa colidir. Claramente, Caronte tem sinais evidentes de pancadaria cósmica. Mas, no fim, é só juntando todas as peças desse quebra-cabeças que os cientistas conseguirão reconstruir a história desse intrigante sistema.
E, por falar em intrigante, essa imagem tem uma coisa que deixou os cientistas meio atordoados. Uma montanha em meio a uma depressão. “Esse é um relevo que deixou os geólogos atordoados e perplexos”, disse Jeff Moore, do Centro Ames de Pesquisa da Nasa, que lidera a equipe de geologia, geofísica e imageamento da New Horizons.
É uma história em andamento. Na sexta-feira (17) teremos mais uma coletiva, desta vez no Quartel-General da Nasa, e depois disso só na sexta-feira que vem. Eventos como esse permitem ao público enxergar como a ciência é produzida “em tempo real”. Não só os resultados bonitinhos, os estudos bem acabados, mas os palpites e os becos sem saída de fenômenos nunca antes observados. Em suma, é muito legal.

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