Cientistas acreditam que há um oceano de água líquida escondido em Plutão
Para uma pequena rocha espacial que está quase no fim do sistema solar, Plutão está cheio de surpresas. Vulcões de gelo, céus nebulosos, vastas planícies cheias de nitrogênio, e o que mais além disso? Talvez, apenas talvez, um oceano subsuperficial.
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Talvez a mais incrível de todas as descobertas feitas durante a visita da New Horizons por Plutão no ano passado foi que o planeta anão ainda é geologicamente ativo, com amplas evidências de atividades tectônicas na sua superfície congelada. Isso é basicamente o oposto do que esperávamos encontrar em um planeta tão pequeno e distante do Sol, e cientistas planetários estão com dificuldade para explicar essas coisas.
Um novo artigo publicado na Geophysical Research Letters oferece uma explicação simples e ao mesmo tempo fascinante: parcialmente congelado dentro de uma subsuperfície em Plutão há um oceano com água líquida.
“Nosso modelo mostra que a atividade geológica recente em Plutão pode ser causada apenas por mudanças da fase no gelo – sem marés, materiais exóticos nem processos pouco usuais necessários,” diz o autor principal do estudo Noah Hammond em um comunicado.
As planícies congeladas de Plutão são geologicamente jovens e oferecem fortes evidências de processos ativos abaixo da superfície de Plutão. Foto: NASA/New Horizons
A ideia de ter um oceano de água líquida em Plutão não é nova. Sabemos que a superfície do planeta anão consiste em uma camada dos chamados gelos voláteis, o que inclui nitrogênio, CO2 e metano. Também é amplamente aceita a ideia de que esses gelos exóticos estão apenas no topo de um manto muito mais espesso de água que se estende até um núcleo rochoso. A maior parte do manto provavelmente está congelada – mas é possível que uma camada próxima ao núcleo quente ainda esteja em fase líquida.
O que é importante sobre esse novo estudo é que ele encontrou evidências de um oceano de água líquida hoje na cicatrização tectônica vista hoje na superfície de Plutão. Especificamente, a ausência de características de compressão tectônica – que formariam camadas internas de água que congelaram em uma forma densa de gelo conhecida como gelo II – sugere que Plutão pode não ser inteiramente sólido.
“A formação de gelo II faria Plutão passar por uma contração de volume e características de compressão tectônicas sendo formadas na superfície,” explicou Hammond. “Como as características tectônicas da superfície de Plutão são todas extensionais e não há nenhuma característica óbvia compressional, isso sugere que o gelo II não foi formado e, assim, o oceano na subsuperfície de Plutão provavelmente vive até hoje.”
Se os modelos de Hammond estiverem certos, isso aumenta a possibilidade de oceanos em subsuperfícies serem uma característica comum em rochas congeladas no cinturão de Kuiper. Se algum desses oceanos pode abrigar a vida como conhecemos ainda é desconhecido – mas é mais um motivo para mandarmos sondas espaciais para explorarem o universo.
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