Saques da poupança voltam a superar depósitos e saldo negativo da caderneta já ultrapassa os R$ 50 bi em 2016
Em setembro, as retiradas da caderneta foram R$ 2,3 bilhões maiores do que as aplicações
Os saques da poupança superaram os depósitos em R$ 2.351.704 ao longo do mês de setembro e fizeram com que o saldo negativo da caderneta ultrapassasse os R$ 50 bilhões ao longo dos nove primeiros meses de 2016.
O resultado, divulgado nesta quinta-feira (6), pelo BC (Banco Central), mostra que no mês passado foram aplicados 146.272.498 e retirados 148.624.202 na caderneta.
Com o volume maiores de saques em setembro, a poupança segue sem nenhum resultado positivo neste ano, sendo que o maior déficit foi apurado em janeiro (- R$ 12.031.621), e o menor em julho (- R$ 1.115.287).
No acumulado dos primeiros nove meses do ano, o saldo negativo da caderneta já bate o valor de R$ 50.539.096, com R$ 1.415.212.951 aplicados e R$ 1.465.752.047 retirados do investimento.
Com o resultado negativo de setembro, o déficit da poupança neste ano quase se aproxima dos R$ 53.567.867 registado ao longo de todo o ano passado. Cabe ressaltar que o mês de dezembro tende a ter um volume de aplicações maior em função do recebimento do 13ª salário por parte dos trabalhadores.
Na comparação com o mesmo período do ano passado, o saldo negativo da aplicação foi R$ 2,9 bilhões menor, já que em setembro de 2015 o saldo negativo da caderneta foi de R$ 5.293.369.
O desempenho no mês passado só não foi pior porque no último dia útil de setembro ingressaram R$ 10.726.144 e foram retirados apenas R$ 6.879.173 da caderneta, fazendo com que o saldo positivo do dia fosse de R$ 3.625.640.
A contínua e acentuada deterioração da caderneta se dá por conta da piora do cenário econômico, com a alta da inflação e do aumento do desemprego. Além disso, outros investimentos se tornaram mais atrativos ao apresentarem rentabilidade maior. A remuneração da poupança é formada por uma taxa fixa de 0,5% ao mês mais a TR (Taxa Referencial) — esse cálculo vale para quando a taxa básica de juros, a Selic, está acima de 8,5% ao ano e atualmente está em 14,25% ao ano.
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