PF e Ministério Público Federal pedem conversão da prisão temporária de Palocci em preventiva
Mudança deixaria ex-ministro atrás das grades por tempo indeterminado. Moro decide hoje
A PF (Polícia Federal) e MPF (Ministério Público Federal) pediram à Justiça Federal a conversão da prisão temporária do ex-ministro Antônio Palocci em preventiva. Se atentido, a solicitação mantém o petista atrás das grades por tempo indeterminado.
Palocci, que foi preso na última segunda-feira (26) em decorrência da Operação Omertá, a 35ª etapa da Operação Lava Jato, é suspeito de receber propina da empreiteira Odebrecht.
Por parte da PF, o pedido é assinado pelo delegado federal Filipe Hile Pace, da força-tarefa da Lava Jato no Paraná. Já o pedido do MPF, protocolado nesta sexta-feira (30), é assinado pelo coordenador da força-tarefa da Lava Jato, o procurador da República Deltan Dallagnol.
A prisão temporária do petista vence nesta sexta-feira (30) e, até as 14h, não havia uma decisão sobre o assunto. Caberá ao juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal, decidir o futuro de Palocci.
Os pedidos da PF, protocolado ontem, e do MPF pedem ainda a manutenção da prisão de Branislav Kontic, braço direito do ex-ministro — também por meio da conversão da prisão temporária em preventiva.
Em relação ao ex-assessor de Palocci, Juscelino Dourado, Filipe Pace afirmou que ele parece "não ter mais relações com Antonio Palocci" e que, portanto, não haveria risco, caso ele fosse solto e cumprisse medidas alternativas da prisão. O MPF e a PF pedem que Dourado entregue passaportes e fique proibido de deixar o País, "mantendo o juízo informado sobre eventuais mudanças de endereço".
No pedido de 86 páginas, o delegado reforça as suspeitas de que Palocci atuava como um elo do PT com a Odebrecht, intermediando assuntos de interesse da empreiteira, e afirma ainda haver indícios de que Palocci teria recebido todos os valores ilícitos das planilhas da Odebrecht que fazem referência à "Italiano" e somam R$ 128 milhões.
O delegado aponta também que o ex-ministro teria orientado a destruição de provas em sua empresa de consultoria Projeto antes da Operação Omertà, que teve o ex-ministro como alvo.
— Tais vantagens, em sua grande maioria traduzidas em dinheiro em espécie, ainda não foram rastreadas a partir desta investigação, motivo pelo qual não existe qualquer medida cautelar diversa da prisão que inviabilize Antonio Palocci Filho e Branislav Kontic - seu funcionário até a presente data - de praticarem atos que visem a ocultar e obstruir a descoberta acerca do real paradeiro e emprego dos recursos em espécie recebidos.
Além disso, Filipe Pace aponta que, nas buscas realizadas na Projeto, empresa de consultoria do ex-ministro que foi alvo da Omertà, os agentes da PF identificaram suspeita de que o ex-ministro e seu assessor teriam atuado para destruir provas.
— Foram constatadas que diversas estações de trabalhos na empresa [Projeto] estavam plenamente equipadas, à exceção dos gabinetes dos computadores, o que pode indicar que tenham sido até mesmo destruídos ou colocados fora do alcance da Polícia Federal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário