Em breve poderemos VER um buraco negro de verdade
08/06/16 - Nós nunca conseguimos avistar um buraco negro, mas isso pode mudar em breve...
Sagittarius A* é um dos objetos mais fascinante de toda a nossa Galáxia, afinal de contas, trata-se do buraco negro supermassivo da Via Láctea. Segundo estudos científicos, a maioria das galáxias (se não todas) abriga um buraco negro em sua região central.
Os cientistas não conseguiram, até agora, "ver" um buraco negro, já que seu poder gravitacional é tão grande que nem mesmo a luz escapa dele. Porém, diversas estrelas parecem orbitar um ponto vazio no espaço, e segundo cálculos matemáticos, o corpo responsável por essa atração gravitacional é muito, muito massivo. E sua massa seria tão grande que nem mesmo a luz consegue se livrar de seu poder gravitacional. Mas o horizonte de eventos pode produzir e liberar radiação.
No deserto do Atacama, norte do Chile, temos uma rede de observatórios que funciona como uma grande janela para o espaço. Lá, cientistas e pesquisadores de diversos países conseguem enxergar o invisível aos olhos humanos, e assim, descobrir quase que diariamente diversos segredos do cosmos.
Ainda assim, observar um buraco negro com um ou até mesmo com uma rede de telescópios não é uma tarefa fácil. Eles precisam de diversos telescópios grandes, sensíveis e superpotentes. E no deserto do Atacama encontra-se uma peça chave para desvendar esse segredo: O VLT (Very Large Telescope - ou Telescópio Muito Grande em português), operado pelo ESO (Observatório Europeu do Sul), no qual o Brasil faz parte. E é utilizando o VLT que poderemos obter a primeira "imagem" do buraco negro Sagittarius A*.
Os cientistas empregaram uma técnica chamada "interferômetro" para acumular todo o poder de várias observações de diversos telescópios em uma só imagem. Normalmente, o poder de ampliação e resolução são limitados ao espelho primário de um telescópio, porém, usando o "interferômetro", é possível avançar grandes passos. Um computador superpotente combina a imagem captada por cada telescópio criando um espelho virtual que pode ser tão grande quanto a distância entre os telescópios.
E pra ajudar nisso tudo, existe um outro observatório próximo ao VLT, chamado ALMA (Atacama Large Milimeter Array), que é um rádio telescópio com 66 antenas que podem ser usadas para observar regiões do espaço que telescópios comuns (de luz visível) não podem enxergar.
O que é ainda mais empolgante é que, desde 2015, o Observatório ALMA pertence a rede mundial de rádio telescópios chamada EHT (Event Horizon Telescope), que conecta diversos observatórios através de interferômetro. Então, basicamente, o Event Horizon Telescope é um rádio telescópio virtual que tem o tamanho de todo o nosso planeta. É o maior projeto astronômico existente, e tudo isso é virtual.
O objetivo principal do EHT é "observar o horizonte de eventos do buraco negro supermassivo Sagittarius A*". O horizonte de eventos é a região do espaço que envolve o buraco negro, ou o limite em que um objeto qualquer não pode mais escapar. Qualquer coisa (seja uma caneta ou uma estrela) que chegar no horizonte de eventos, será engolida pelo buraco negro. Nada escapa.
O grande projeto nunca foi feito antes, e pode ajudar a carimbar de vez a existência dos buracos negros, embora os cientistas responsáveis digam que na verdade, o objetivo principal não seja "provar" a existência dos buracos negros, mas sim, adquirir conhecimento sobre a natureza do espaço tempo.
Portanto, em breve poderemos ter os primeiros dados observacionais diretos de um buraco negro, e a primeira imagem de um objeto que até agora, é um grande mistério na Astronomia. Estamos conhecendo cada vez mais o Universo em que vivemos.
Sagittarius A* é um dos objetos mais fascinante de toda a nossa Galáxia, afinal de contas, trata-se do buraco negro supermassivo da Via Láctea. Segundo estudos científicos, a maioria das galáxias (se não todas) abriga um buraco negro em sua região central.
Os cientistas não conseguiram, até agora, "ver" um buraco negro, já que seu poder gravitacional é tão grande que nem mesmo a luz escapa dele. Porém, diversas estrelas parecem orbitar um ponto vazio no espaço, e segundo cálculos matemáticos, o corpo responsável por essa atração gravitacional é muito, muito massivo. E sua massa seria tão grande que nem mesmo a luz consegue se livrar de seu poder gravitacional. Mas o horizonte de eventos pode produzir e liberar radiação.
No deserto do Atacama, norte do Chile, temos uma rede de observatórios que funciona como uma grande janela para o espaço. Lá, cientistas e pesquisadores de diversos países conseguem enxergar o invisível aos olhos humanos, e assim, descobrir quase que diariamente diversos segredos do cosmos.
Ainda assim, observar um buraco negro com um ou até mesmo com uma rede de telescópios não é uma tarefa fácil. Eles precisam de diversos telescópios grandes, sensíveis e superpotentes. E no deserto do Atacama encontra-se uma peça chave para desvendar esse segredo: O VLT (Very Large Telescope - ou Telescópio Muito Grande em português), operado pelo ESO (Observatório Europeu do Sul), no qual o Brasil faz parte. E é utilizando o VLT que poderemos obter a primeira "imagem" do buraco negro Sagittarius A*.
Os cientistas empregaram uma técnica chamada "interferômetro" para acumular todo o poder de várias observações de diversos telescópios em uma só imagem. Normalmente, o poder de ampliação e resolução são limitados ao espelho primário de um telescópio, porém, usando o "interferômetro", é possível avançar grandes passos. Um computador superpotente combina a imagem captada por cada telescópio criando um espelho virtual que pode ser tão grande quanto a distância entre os telescópios.
Quatro das 66 antenas pertencentes ao Observatório ALMA. Créditos: ESO |
E pra ajudar nisso tudo, existe um outro observatório próximo ao VLT, chamado ALMA (Atacama Large Milimeter Array), que é um rádio telescópio com 66 antenas que podem ser usadas para observar regiões do espaço que telescópios comuns (de luz visível) não podem enxergar.
O que é ainda mais empolgante é que, desde 2015, o Observatório ALMA pertence a rede mundial de rádio telescópios chamada EHT (Event Horizon Telescope), que conecta diversos observatórios através de interferômetro. Então, basicamente, o Event Horizon Telescope é um rádio telescópio virtual que tem o tamanho de todo o nosso planeta. É o maior projeto astronômico existente, e tudo isso é virtual.
Ilustração artística de um buraco negro. Créditos: Dimitar Todorov / Alamy |
O objetivo principal do EHT é "observar o horizonte de eventos do buraco negro supermassivo Sagittarius A*". O horizonte de eventos é a região do espaço que envolve o buraco negro, ou o limite em que um objeto qualquer não pode mais escapar. Qualquer coisa (seja uma caneta ou uma estrela) que chegar no horizonte de eventos, será engolida pelo buraco negro. Nada escapa.
O grande projeto nunca foi feito antes, e pode ajudar a carimbar de vez a existência dos buracos negros, embora os cientistas responsáveis digam que na verdade, o objetivo principal não seja "provar" a existência dos buracos negros, mas sim, adquirir conhecimento sobre a natureza do espaço tempo.
Portanto, em breve poderemos ter os primeiros dados observacionais diretos de um buraco negro, e a primeira imagem de um objeto que até agora, é um grande mistério na Astronomia. Estamos conhecendo cada vez mais o Universo em que vivemos.
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