quarta-feira, 6 de abril de 2016

Senador diz que PP fica na base pelo menos até votação do impeachment

Presidente do partido afirmou que sigla não vai discutir rompimento por ora.
Ele disse também que não há negociação de cargos no governo.

Do G1, em Brasília
O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), chamou jornalistas em seu gabinete nesta quarta-feira (6) para informar que, pelo menos até a votação do impeachment no plenário da Câmara, o partido vai continuar na base aliada do governo da presidente Dilma Rousseff. Ele disse também que, nesse período, a sigla não negociará cargos nos primeiros escalões.
PP tem 51 deputados e 6 senadores. Com o desembarque do PMDB do governo, oficializado na última semana, o PP passou a ser um importante aliado do Palácio do Planalto para tentar evitar o impeachment da presidente.
No Congresso, parlamentares comentam que o governo entrou em ação para negociar mais espaço para partidos da base nos cargos dos primeiros escalões, e o PP é um dos alvos preferenciais, devido ao tamanho da bancada.
Mesmo assim, o partido tinha uma reunião marcada para esta tarde para discutir o possível rompimento com o governo. Segundo Nogueira, a reunião foi cancelada porque é a minoria dos parlamentares da sigla que defende a saída da base.
“Nós não vamos discutir mais rompimento com o governo até a votação na Câmara. Da mesma forma, não vamos negociar nenhum tipo de participação seja com o governo da presidente, seja com um provável ou possível governo de Michel Temer, e não iremos assumir nenhum cargo”, afirmou o senador.
Ele observou que existem parlamentares do PP favoráveis ao impeachment, mas disse que a maioria defende a continuidade do governo da presidente. Segundo Nogueira, 40 dos parlamentares da sigla são favoráveis a Dilma.
“O partido é um partido democrático, se tivesse número para desembarcar, teria reunião”, disse. “Há tendência de rompimento na cabeça de alguns. Mas, ficou claro que a maioria não quer romper com o governo da presidente Dilma”, completou o senador.
Questionado se, após a votação do processo de impeachment, o PP poderia  negociar cargos e ministérios, Nogueira disse que se trata de algo natural. “Isso é natural. Se nós fizemos parte da sua base, é natural que nós participemos do governo, indicando membros do nosso partido. Isso é a coisa mais natural do mundo em qualquer país democrático que existe um governo de coalizão”, argumentou.
Liberação dos votos
Perguntado por jornalistas se o PP vai liberar dissidentes para votar a favor do impeachment, o senador respondeu que ainda não há uma definição.
“Essa é uma situação que nós estamos discutindo dentro do partido”, afirmou.  Apesar disso, ele comentou que a orientação é se manter a favor do governo. “O PP tem grande parcela que vota pelo impeachment, que deve ser respeitada, mas a orientação partidária é de estar ao lado da presidente neste momento”, concluiu.

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