terça-feira, 25 de outubro de 2016

Presidente do Supremo rebate Renan: "Onde um juiz for destratado, eu também sou"

Sem citar nome do presidente do Senado, Cármen Lúcia criticou declaração contra magistrado

Do R7, com Estadão Conteúdo

Presidente do Supremo, Cármen Lúcia disparou contra Renan hojeFellipe Sampaio/12.09.2016/STF
Mesmo sem citar o nome de Renan Calheiros (PMDB-AL), a presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) rebateu nesta terça-feira (25) a declaração do presidente do Senado ontem e avisou que, sempre que um juiz é "destratado", ela também é afetada.
Renan afirmou, na última segunda-feira (24), que o juiz Vallisney Souza Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília, é um "juizeco" e que a PF (Polícia Federal) segue "métodos facistas" nunca adotados sequer na "ditadura".
Na sessão do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) de hoje, Cármen avaliou que "não é admissível que qualquer juiz seja diminuído ou desmoralizado fora dos autos".
— Onde um juiz for destratado, eu também sou.
Cármen disse também que "todas as vezes que um juiz é agredido, eu e cada um de nós juízes é agredido".
— E não há a menor necessidade de numa convivência democrática livre e harmônica, haver qualquer tipo de questionamento que não seja nos estreitos limites da constitucionalidade e da legalidade.
Cármen destacou que possíveis erros jurisdicionais ou administrativos devem ser questionados "nos meios recursais próprios".
A presidente da instituição frisou que o CNJ foi instituído não só para fiscalizar as práticas dos magistrados, mas para garantir a autonomia, "a independência e a força do Poder Judiciário".
— Respeito que nós devemos e guardamos com os poderes e evidentemente exigimos igualmente de todos os poderes em relação a nós.
"[Na Constituição] se tem que são poderes da República independentes e harmônicos, o Legislativo, O Executivo e o Judiciário. Numa democracia, o juiz é essencial como são essenciais os membros de todos os outros poderes, repito que nós respeitamos", frisou. "Queremos também, queremos não, exigimos o mesmo e igual respeito para que a gente tenha democracia fundada nos princípios constitucionais", continuou.
— Somos todos igualmente juízes brasileiros querendo cumprir nossas funções. Espero que isso seja de compreensão geral [...] O mesmo respeito que nós Poder Judiciário dedicamos a todos os órgãos da República, afinal somos sim independentes e estamos buscando a harmonia em benefício do cidadão brasileiro. Espero que isso não seja esquecido por ninguém, porque nós juízes não temos nos esquecido disso.
Oliveira foi o autor do mandado judicial que autorizou a prisão, pela PF, de quatro policiais do Senado na sexta-feira passada (21), no âmbito da Operação Métis.
Três deles já foram soltos por decisão da Justiça. Na ocasião, o chefe da polícia do Senado, Pedro Ricardo Carvalho, também foi detido — e permanece preso na Superintendência da PF em Brasília.

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