terça-feira, 26 de julho de 2016

Próximo prefeito assinará concessão de ônibus de R$ 140 bi, diz Haddad

Lucas Lima/UOL
******INTERNET OUT******* SÃO PAULO, SP, BRASIL, 26-07-2016, 9h: Fernando Haddad, prefeito de São Paulo candidato a reeleição pelo PT, participa de sabatina organizada pelo UOL, Folha de S. Paulo e SBT. (Foto: Lucas Lima/UOL). ATENCAO: PROIBIDO PUBLICAR SEM AUTORIZACAO DO UOL
O prefeito de São Paulo Fernando Haddad durante sabatina nesta terça-feira (26)

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta terça-feira (26) que deixará para o futuro prefeito a tarefa de assinar o contrato bilionário para concessão de linhas de ônibus da cidade. Os contratos são de R$ 140 bilhões e permitirão a operação das linhas por 20 anos, prorrogáveis por mais 20.
Em sabatina realizada por Folha, UOL e SBT, disse que essa seria uma irresponsabilidade. Segundo ele, "errou" quem fez isso no passado.
"Considero impróprio você, a 60 dias da eleição, assinar um contrato desse volume. Não é respeitoso com a democracia. Eu sei que tem gestores que ficam correndo para assinar contratos no final do mandato, mas não é o meu caso", reafirmou, após a sabatina.
Haddad afirmou ainda que cabe ao ministro Gilberto Kassab explicar a decisão de apoiar a candidatura da senadora Marta Suplicy (PMDB) à Prefeitura de São Paulo.
"Não vou questionar a Marta por estar recebendo apoio do Kassab. Quem tem que explicar é o Kassab. Mais do que o Kassab falou mal da Marta, impossível".
O prefeito disse ainda que sua campanha não teve caixa dois e que nem ele e nem o tesoureiro da sua campanha de 2012 serão citados em delações. Ele afirmou porém, que não se responsabiliza pelos tesoureiros do partido.
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Veja alguns trechos da sabatina:
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ÔNIBUS
Seria uma irresponsabilidade assinar um contrato de 20 anos a dois meses da eleição. Critiquei o Kassab porque ele assinou R$ 4 bilhões de contrato entre o primeiro e o segundo turnos da eleição passada. Isso não vou fazer. Eleito, toco edital. Não vou assinar um contrato de R$ 100 bilhões a 60 dias da eleição.
INCOMPREENSÃO
"Podia ficar num drama em casa, preocupado com isso. Eu tenho foco, eu sei o que eu quero, eu tenho um projeto para cidade, estou executando. O projeto é muito valorizado por quem entende de cidade. Eu preciso explicar para as pessoas. Vou ter uma campanha eleitoral, sei que vai ser difícil, mas vamos com argumento explicar. Temos certeza do que estamos fazendo. Vamos explicar, olho no olho, com segurança, tranquilidade."
REDUÇÃO DE VELOCIDADE
"Vamos aprofundar o programa de segurança no trânsito. O que me ressinto: isso é uma diretriz da OMS, internacional, seguida por toda cidade civilizada do mundo, os 50 km/h, porque tem impacto na saúde e no trânsito. Há um certo desconhecimento do João Dória e da Marta em querer voltar atrás nisso. Se eles se debruçarem sobre o que está acontecendo no mundo, vão rever essa posição. "
"Veja que ele teve a humildade de rever a questão da Paulista, que ele falou que ia abrir para os carros. Bastou uma visita lá para ele mudar de opinião. Ele falou que quer tiras as faixas exclusivas de ônibus. Quem sabe ele tomando um ônibus ele perceba a vantagem que é para o trabalhador. A da avenida Giovanni Gronchi atende o pessoal da Paraisópolis, que ele talvez tenha conhecido agora numa viagem turística. Não como prefeito, não como gestor. Não adianta fazer turismo na periferia."
CICLOVIAS
"Ciclovia é uma mudança de cultura difícil. A ciclovia vem antes do ciclista. Aumentou 66% o número de ciclistas e caiu 34% o número de mortes. Se há falhas pontuais, não descarto, deve haver. Não sou engenheiro da CET para definir onde vai passar a ciclovia. Não passa por critério político onde vai passar. É critério técnico. São 30 anos de formulação. Não recuso a possibilidade [de falha]. É um investimento pequeno. Estamos jogando fôlego demais por uma coisa que o mundo inteiro está fazendo e é barato".
HABITAÇÃO
"O Minha Casa Minha Vida está há dois anos com novas contratações suspensas. São Paulo tem condições de produzir o que se comprometeu fazer. No que diz respeito ao município, fizemos nossa parte. Preciso da CEF entrar com R$ 76 mil de subsídio para a conta fechar. Enquanto o Minha Casa Minha Vida estiver suspenso a cidade vai ficar com seus projetos aguardando os recursos. Isso acontece por muitos erros, inclusive provavelmente da presidenta Dilma, que, depois da eleição, suspendeu as contratações, que continuam suspensas."
MORADORES DE RUA
"A diretriz da GCM: todos pertences pessoais e a integridade física dos moradores têm que ser respeitada. Não tenho conhecimento de um único BO, um único BO, denunciando a GCM. Não chegou ao meu conhecimento uma foto registrando. Pode ter acontecido? Não descarto. Tem muito desentendimento na rua. Às vezes tem violência na rua, às vezes tem incompreensão. A gente tem que lidar. A situação é limítrofe. O que tem em protocolo é que você não pode se estabelecer na rua. Não pode montar barraca, ter sofá, cama, geladeira, fogão.
 
CAIXA DOIS
A campanha do Serra foi quase que equivalente à minha. Tive o cuidado de, antes de assinar contrato com o João, ver o que estava sendo feito na campanha do José Serra. [...] Há uma sintonia plena que foi perseguido por nós para evitar qualquer ilação".
VACCARI
"O que te asseguro é que nem eu e nem o meu tesoureiro, que foi escolhido por mim, seremos citados delação. Quem responde pela minha campanha sou eu e o meu tesoureiro, não é o tesoureiro dos diretórios. Conversas comigo e com meu tesoureiro, sobre essas eu respondo."
IMAGEM DE CLASSE MÉDIA
"Acho normal na luta política se tentar desconstruir gestores. Mas repito: bati recorde de investimentos na cidade. São R$ 17 bilhões de investimentos, 90% do investimento é na periferia. Bati recorde de abertura de creche na cidade. Se for na periferia, o drama de 2012 não existe mais. Não que não exista criança fora da creche. Mas era um drama. Abrimos 384 creches. Onde? Na Vila Madalena, que não tem criança? Abrimos na periferia. Onde estou construindo hospital? Os corredores de ônibus beneficiam quem? Quem está dirigindo o carro no centro expandido e quem está na periferia? Os filhos da classe média?"
 
REFORMA POLÍTICA
"Tudo é derivado disso. O mal original está no sistema. O sistema empurra as pessoas para a ilegalidade. Está errado isso. Quem vive da política..Não é meu caso, eu não vivo da política. Na minha primeira eleição eu tinha quase 50 anos quando concorri. Me vejo sempre como professor: fui ministro, estou prefeito. Eu não vivo da política, mas quem faz da vida a política acaba sendo empurrado para a ilegalidade porque o sistema está errado. É que nem quando o empresário fala que sonega imposto: o sistema está errado. Falo como cientista político.
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Ao longo desta semana, estão sendo sabatinados os candidatos com mais intenção de voto no principal cenário da última pesquisa do Datafolha. Amanhã será a vez de Luiza Erundina (PSOL). A sabatina de quinta (28) será com a senadora Marta Suplicy (PMDB) e o deputado Celso Russomanno (PRB) participará na sexta (29).
João Doria (PSDB) foi sabatinado na semana passada

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