Fotógrafa é assediada por funcionário da NET em mensagens: Denunciei, mas estou com medo
Por meio de nota, a empresa afirmou que o homem foi identificado e desligado
Uma fotógrafa foi assediada por um funcionário da NET por meio de mensagens no WhatsApp. Juliana Barros estava de mudança e requisitou os serviços da operadora para instalar televisão, internet e outros aparelhos eletrônicos. Ela diz que fez a solicitação no final de junho e o profissional foi mandado para sua casa.
— Ele veio e colocou a televisão e a internet. Mas faltou um adaptador. Ele falou que tinha que procurar e que, se tivesse algum problema, para retornar para ele.
A cliente pegou o telefone do homem e ficou uma semana procurando o adaptador. Como não achou, ela retornou para o funcionário contando a situação. Ele sugeriu algumas lojas em que ela poderia encontrar o aparelho e, no final da mensagem, a chamou de “gata”.
— Eu achei estranho ele me chamar de gata. Mas pensei: “vai ver é uma gíria dele”.
Porém, a situação piorou quando, depois de mais alguns dias, ela falou que ainda não tinha encontrado o adaptador. O homem falou que ia levar até a casa dela, porém chegou no endereço às 20h30.
— Ele chegou em casa à noite e eu não deixei ele subir. Era 20h30 e ele tinha me chamado de gata. O meu zelador nem tava para me acompanhar. Foi aí que começou a piorar.
Depois desse episódio, os assédios foram ficando cada vez piores. O homem dizia palavras de baixo calão para a mulher e falava o que queria fazer com ela. Logo em seguida, ele pediu “desculpas” dizendo que estava bêbado. Mas ele não parou por aí, continuou o assédio até que a mulher não aguentou mais.
— Isso foi no dia 2 de julho. Eu pedi a opinião de algumas pessoas, falei com o meu pai e ele falou para eu não fazer nada. Porque eu ia me expor. Então deixei passar. No dia 22 de julho ele mandou uma mensagem pior. Foi aí que eu resolvi denunciar.
A cliente diz que pensou em bloquear o homem, mas que isso não ia resolver o problema de outras mulheres que poderiam sofrer com o mesmo tipo de situação nas mãos do homem.
— Eu ia bloquear o cara e ele ia continuar trabalhando, visitando as mulheres nas casas delas. Ele ficou mais de 50 minutos na minha casa.
A mulher afirma que a empresa entrou em contato com ela, mas para saber apenas do serviço do homem: “Não perguntaram como eu estava, nada disso”. Para ela, é preciso que a NET mude radicalmente o seu sistema de contratação.
— A NET tem que se preocupar com isso. Estamos na mão dela. Eu gostaria que ele fosse preso, mas eu estou muito ingênua. Ou que ele fizesse alguma coisa pra aprender.
Agora, ela diz que está com medo até de sair de casa: “Eu denunciei ele antes de ontem, mas ontem eu não saí de casa. Trabalhei de casa. Estou com medo. Nada vai acontecer com ele, mas eu não posso deixar ele continuar [com os assédios]”.
Depois que sofreu o assédio, a mulher diz que começou a procurar por casos parecidos com o seu e que viu muitos outros. Segundo ela, as mensagens do homem tinham um “teor muito baixo” e que não sabe “o que se passa na cabeça desse cara”.
— Você pode receber [o funcionário] com alguém, mas depois ele te manda mensagem. Ele veio na minha casa, foi embora e começou a fazer isso.
Por meio de nota, a NET informou que o técnico envolvido foi identificado e desligado. Além disso disse que “o caso seguirá sendo apurado na esfera criminal, por meio do Boletim de Ocorrência registrado pela cliente e a empresa ficará à disposição para colaborar com a investigação policial”.
Além disso, a empresa diz que “o caso denunciado está em total desacordo com os valores e código de ética da empresa. Aproveitamos a oportunidade para divulgar o e-mail conduta.net@net.com.br, canal exclusivo para comunicação de desvios de conduta de colaboradores. Todos os casos reportados são rigorosamente averiguados, com sigilo e discrição necessários”.
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