quarta-feira, 1 de junho de 2016

Esse pode ser o planeta mais habitável que já encontramos

exoplaneta Kepler-62f pode ser habitável
01/06/16 - Em diferentes cenários e condições, tudo indica que Kepler-62f seja propício à existência de vida
A descoberta do exoplaneta Kepler-62f foi anunciada em 2013, e esse mundo distante ganhou o título do "menor exoplaneta na zona habitável já encontrado". E agora, um estudo feito por cientistas diz que ele parece ser habitável, mesmo em condições diferentes daquelas que observamos. O estudo foi publicado na revista Astrobiology.

Kpler-62f é apenas 40% maior do que a Terra, e está a 1.200 anos-luz de distância, na constelação de Lyra. ´Como o próprio nome sugere, ele foi descoberto pela Telescópio Espacial Kepler, mas até agora não se sabe muito sobre a elongação de sua órbita.

exoplaneta Kepler 62f
Ilustração artística do exoplaneta Kepler-62f. Créditos: NASA
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A zona-habitável é definida pela distância em que um planeta deve estar de sua estrela mãe, a fim de possibilitar a existência de água líquida em sua superfície, ou seja, se não está tão perto nem tão longe, e nesse caso existem grandes chances de haver água líquida por lá, e portanto, a vida como conhecemos. Essa distância depende de vários fatores, como o tipo de estrela, a radiação que ela emite, a composição atmosférica do planeta, etc... Mas por um golpe de sorte, os cientistas perceberam que Kepler-62f pode ser habitável em diferentes cenários.




"Nós percebemos que uma variedade de composições atmosféricas permitiriam a existência de água líquida em sua superfície", disse a autora principal do estudo, Aomawa Shields, da Universidade da Califórnia. " Isso o torna um forte candidato a planeta habitável."

A sistema de Kepler-62 também abriga outros planetas, e junto com Kepler-62f, Kepler-62e também encontra-se na zona-habitável de sua estrela, porém, os resultados do estudo enfatizaram o planeta mais distante, Kepler-62f.

zona habitável de Kepler 62 e do Sistema Solar em comparação
Comparação da zona-habitável do sistema de Kepler-62 e do nosso Sistema Solar.
Créditos: NASA / Ames / JPL-Caltech         Clique na imagem para ampliar

Para que o planeta permaneça habitável ao longo de sua jornada orbital, os pesquisadores estimam que ele deva ter uma atmosfera 3 ou 4 vezes mais espessa do que a da Terra, e que seja composta principalmente por dióxido de carbono. É possível que Kepler-62f preencha esses requisitos, já que a distância que ele se encontra de sua estrela permite que gases de vulcões, por exemplo, sejam acumulados.




Outros cenários também indicam que Kepler-62f seja habitável, segundo Aomawa. Mesmo que sua atmosfera seja igual a da terra, ou até 12 vezes mais espessa, ele ainda pode ser habitável. Se ele possui a mesma quantidade de dióxido de carbono que possui a Terra, ou até 2.500 vezes mais, ele ainda pode ser habitável. E sobre sua órbita, sendo alongada ou não, os modelos sugerem que ele ainda seria habitável.




"O estudo irá nos ajudar a entender a habitabilidade de certos planetas em diferentes cenários, dos quais ainda não temos informações fornecidas por observações de telescópios", disse Aomawa. "E permitirá gerar uma lista de prioridades de alvos que devemos observar mais de perto com as novas gerações de telescópios mais potentes, que serão capazes de observar detalhes atmosféricos e quem sabe, detectar traços de vida em outros mundos."

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