segunda-feira, 4 de abril de 2016

Todo mundo tem que tomar Tamiflu? Como sei se tenho H1N1? Tire suas dúvidask

A gripe H1N1 já se espalha por mais de dez Estados do país neste ano. O alto número de infectados antes mesmo do inverno assustou famílias de todo o Brasil e deu início a uma corrida por vacinas, remédios e muito álcool em gel para tentar evitar a doença.
Todo o receio com a gripe A começou em 2009, quando o vírus apareceu pela primeira vez e pouco se sabia sobre ele. Nesta época, a doença se espalhou pelo mundo rapidamente e infectou mais de 50 mil pessoas, causando cerca de 2.000 mortes.
Após sete anos, médicos afirmam que não é preciso entrar em pânico, uma vez que a ciência conseguiu estudar a influenza A e criar remédios e vacinas para tentar controlar a doença. "Desde sua primeira aparição estamos observando o H1N1, agora temos boas armas para prevenir o contágio, tratar e combater o vírus. É preciso manter a calma e seguir o tratamento", afirma Francisco Mazon, pneumologista da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia e professor da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo).

Entenda a gripe A e se proteja contra o vírus

CDC
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O que é a gripe H1N1?

A gripe H1N1 é uma doença respiratória aguda e é diferente de uma gripe comum por ser causada por um subtipo distinto do vírus influenza. "Fundamentalmente temos duas famílias do vírus influenza: a família A, que conta com a H1N1 e a H3N2, por exemplo, e a B, que é a gripe mais comum, mas basicamente são gripes", diz Mazon.
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Os sintomas são diferentes da gripe comum?

Na verdade, os sintomas da H1N1 são iguais aos das gripes que estamos acostumados: dor no corpo, fraqueza, mal-estar, febre alta, tosse, espirros e dor de cabeça. O que acontece é que os sintomas podem ser mais fortes que os de uma gripe corriqueira, e os pacientes costumam sentir falta de ar e dificuldades respiratórias.
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Como se pega o H1N1?

Para pegar o vírus é preciso entrar em contato com a saliva ou secreções respiratórias de uma pessoa infectada. Geralmente, a contaminação se dá quando doentes espirram ou tossem. "As gotículas, repletas de partículas infectantes, podem cair sobre superfícies e objetos, onde o vírus pode ficar ativo por dez horas", afirma Carolina Lázari, infectologista do Fleury Medicina e Saúde. Quem tocar locais contaminados e em seguida levar as mãos ao nariz, boca ou olhos pode ficar doente.
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Se estiver doente, quando posso transmitir o H1N1?

O vírus da gripe A pode ficar no organismo até dez dias após o início da infecção. O pico da transmissão, contudo, acontece nos primeiros cinco dias de sintomas. Após a fase mais forte, o vírus estará em pequenas quantidades e as chances de transmissão chegam a quase zero, de acordo com o pneumologista Francisco Mazon.
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Quem corre mais riscos com a doença?

O Ministério da Saúde selecionou o público-alvo da doença, que inclui: crianças de até 5 anos, grávidas, índios, idosos, trabalhadores da saúde e portadores de doenças crônicas. Esses grupos são os mais sensíveis ao vírus e podem ter complicações caso sejam infectados. Por isso, as campanhas de saúde priorizam esses pacientes.
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Quando preciso ir ao hospital?

Se você está no grupo de risco deve procurar um médico. Se não, o médico é apenas indicado caso os sintomas sejam muito intensos ou se o paciente tiver falta de ar --por risco de pneumonia. "Uma pessoa jovem, saudável, com quadro febril de 38,5°C, dor de cabeça, tosse ou espirros, não precisa procurar o médico, pode tratar como uma gripe. Caso o mal-estar fique intolerável, a febre seja de quase 40°C, é preciso ver um médico", diz Nancy Bellei, infectologista da Unifesp.
Getty Images
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Existe um teste para comprovar que estou com gripe A?

"Existem dois testes, ambos realizados em secreção respiratória. Um é o chamado teste rápido, que costuma ficar pronto em uma hora e detecta a presença de influenza A ou B, sem definir se de fato é o H1N1, e outro que demora em torno de 3 a 5 dias, por PCR, que define se realmente é a gripe A", diz Rosana Richtmann, médica infectologista do Hospital e Maternidade Santa Joana.
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Preciso fazer o teste?

Não. Para os médicos, o entendimento é que vivemos um momento de surto do vírus H1N1, então, se um paciente apresentar um quadro clínico que se encaixa no da gripe A será tratado para combatê-lo. "Mesmo se não for o H1N1, os remédios são feitos para controlar e combater o influenza, seja ele do tipo A ou B", explica Nancy.
Reuters/Adrees Latif
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Como é o tratamento?

Os pacientes do grupo de risco, como grávidas, crianças e idosos, devem tomar o Tamiflu (oseltamivir). Normalmente é preciso tomar a cada 12h por cinco dias, mas o período pode se estender por dez dias. Mas não é todo doente que precisa deste remédio. "Para os que estão fora do público-alvo e não correm riscos de complicações, o H1N1 pode ser tratado com remédios analgésicos, anti-inflamatórios e até xaropes, se o paciente tiver tosse", afirma Mazon.
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É preciso usar máscaras descartáveis?

Não é uma regra. Se um doente usar máscara, ele impede que o vírus se espalhe pelo ambiente e contamine outra pessoa, mas esse cuidado também é evitado se a pessoa tossir ou espirrar com a mão em frente a boca e nariz. "As máscaras comuns perdem rapidamente o poder de filtração e, para serem eficazes, precisariam ser descartadas e substituídas a cada 4 horas", explica Carolina Lázari.
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Como posso me prevenir?

As medidas mais importantes são a higienização das mãos com frequência, com água e sabão ou álcool em gel. Além disso, é recomendável manter os ambientes arejados, ventilados e limpos, e evitar locais fechados ou com grande número de pessoas. Comer bem, se hidratar e praticar atividades físicas também ajudam a manter o corpo saudável.

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