quarta-feira, 27 de abril de 2016

Hubble descobre lua em Makemake, planeta anão “vizinho” de Plutão

POR SALVADOR NOGUEIRA
Anote aí: mais um planeta anão entrou para a lista dos que têm luas conhecidas. Com a ajuda inestimável do Telescópio Espacial Hubble, astrônomos encontraram um satélite natural ao redor de Makemake, o segundo planeta anão mais brilhante localizado nas profundezas do Sistema Solar. O primeiro, claro, você conhece: Plutão.
Makemake foi descoberto apenas em 2005 e ganhou o nome da deusa da criação dos Rapa Nui, povo nativo da Ilha de Páscoa, no Chile. Ele tem pouco menos de 1.400 km de diâmetro (contra 2.372 km de Plutão, medidos com exatidão pela sonda New Horizons) e, a exemplo de seu irmão maior, é um membro do cinturão de Kuiper, localizado além da órbita de Netuno.
A primeira observação da lua, chamada provisoriamente de S/2015 (136472) 1, foi feita em abril de 2015, graças à WFC3 (Câmera de Campo Largo 3) do Hubble, e não pode ser considerada um feito menor: o pequeno objeto, com estimados 160 km de diâmetro, tem menos de um milésimo do brilho de Makemake. O satélite natural foi flagrado a cerca de 21 mil km de distância do planeta anão. E, a essa altura, nem a órbita dele é conhecida — pode ser bem oval ou circular.
Imagem do Hubble revela a pequena lua de Makemake, que figura como nada mais que um pequeno ponto brilhante (Crédito: Nasa/ESA/STScI)
Imagem do Hubble revela a pequena lua de Makemake, que figura como nada mais que um pequeno ponto brilhante (Crédito: Nasa/ESA/STScI)
Isso também deixa dúvidas quanto ao mecanismo de formação da lua: ela pode ter sido produto de um impacto (como Terra-Lua e Plutão-Caronte) ou também pode ter sido meramente um objeto pequeno do cinturão de Kuiper que passou perto demais de Makemake e acabou capturado.
Os astrônomos, naturalmente, vão agora ficar em cima para determinar a órbita da lua, pois, sabendo isso, poderão usar a lei da gravidade para estimar a massa de Makemake. Tendo uma estimativa do diâmetro e outra da massa, podem calcular a densidade e então modelar a estrutura interna do planeta anão. (Isso foi feito para Plutão e acabou confirmado de forma bastante convincente pela New Horizons.)
Trata-se de passo importante para compreender melhor as variações e similaridades entre os muitos planetas anões residentes no cinturão de Kuiper.

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