Doninha paralisa o instrumento científico mais caro do mundo
Não é a primeira vez que a vida animal se intromete nas multimilionárias e complexas experiências científicas que decorrem no CERN.
Uma doninha morreu electrocutada algures na fronteira franco-suíça durante a madrugada de sexta-feira. A notícia aqui não é a morte do pequeno mamífero – paz à sua alma – mas antes a consequência do acidente: a paragem, durante cerca de uma semana, do maior acelerador de partículas do mundo, o Large Hadron Collider (LHC) do Conselho Europeu para a Pesquisa Nuclear (CERN, na sigla francesa), nos arredores de Genebra.
Segundo o organismo, o animal não chegou a introduzir-se nos túneis circulares de 27 quilómetros do LHC, que se encontra a 175 metros de profundidade, morrendo ao morder cabos ligados a um transformador de 66 mil volts. A dentada causaria um curto-circuito.
Os danos não são graves, mas o gigantesco acelerador de partículas encontra-se desligado até que o transformador seja reparado. Os trabalhos deverão durar vários dias.
Esta não é a primeira vez que a vida animal se intromete na condução das complexas experiências do CERN no campo da física de partículas. Em 2009, um pedaço de pão presumivelmente largado por um pássaro numa das condutas por onde os cabos de electricidade que alimentam o LHC entram no subsolo provocou o sobreaquecimento de todo o sistema, levando à suspensão do acelerador de partículas.
Inaugurado nesse ano, o LHC e o respectivo programa científico envolvem custos superiores a 7 mil milhões de euros. Desde 2009, e apesar de vários percalços e avarias, o instrumento permitiu à comunidade científica aprofundar conhecimentos e testar teorias. No Verão de 2012, por exemplo, foi detectada a existência do até então hipotético bosão de Higgs, entidade subatómica que era procurada há quase 50 anos.
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