quarta-feira, 20 de abril de 2016

Dilma decide ir aos EUA e planeja denunciar 'golpe' em fala na ONU

Adriano Machado/Reuters
Brazil's President Dilma Rousseff reacts during a news conference at Planalto Palace in Brasilia, Brazil, April 18, 2016. REUTERS/Adriano Machado TPX IMAGES OF THE DAY ORG XMIT: BSB031
A presidente Dilma Rousseff

Em estratégia para conseguir apoio internacional contra o impeachment, a presidente Dilma Rousseff pretende fazer um discurso duro em cerimônia de assinatura do Pacto de Paris, na ONU (Organização das Nações Unidas), para denunciar uma "tentativa de golpe no país".
A petista, que até a manhã de terça-feira (19) não considerava viajar a Nova York para a cerimônia, mudou de ideia à noite, em reunião com assessores e auxiliares no Palácio do Planalto.
No encontro, ela ressaltou que ainda não havia uma decisão definitiva sobre a viagem, mas na manhã desta quarta (20) bateu o martelo.
A petista viajará aos Estados Unidos na quinta (21) para participar do evento na sexta (22). O discurso já começou a ser esboçado por ela, que terá cerca de cinco minutos para se pronunciar na cerimônia.
Segundo a Folha apurou, Dilma citará a importância do acordo, as conquistas de seu governo nos últimos anos e fará crítica dura ao impeachment.
Desde a semana passada, ministros e assessores têm insistido na viagem da petista, argumentando a necessidade dela fazer uma espécie de "apelo internacional" contra o impeachment e de ressaltar a participação atuante do Brasil no acordo para redução da emissão de gás carbônico.
Rompida com o vice-presidente Michel Temer, no entanto, ela demonstrava resistências em deixar o peemedebista à frente do cargo durante o período, sobretudo depois de tê-lo chamado de "traidor" e "conspirador".
Para encurtar o eventual período em que Temer ficaria na cadeira presidencial, Dilma decidiu apenas participar da assinatura do Pacto de Paris, abrindo mão nesta semana de marcar presença em evento também nos Estados Unidos de combate às drogas promovido pela ONU.
ALOYSIO NUNES
O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, chegou a Washington na segunda (18) para uma série de encontros com autoridades americanas, entre elas Thomas Shannon, subsecretário de Assuntos Políticos do Departamento de Estado e ex-embaixador dos EUA no Brasil.
Aloysio tem como missão fazer uma "contraofensiva" de relações públicas no exterior. O objetivo é refutar a narrativa do governo e de opositores do impeachment de que o processo equivale a um golpe.
Na última semana, Temer ligou para o senador e manifestou indignação com as recentes declarações de Luis Almagro, secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), e Ernesto Samper, Secretário Geral da União de Nações Sul-Americanas (Unasul).

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