sábado, 13 de fevereiro de 2016

Serviços como Netflix começam a afetar TV no mundo, diz estudo

John G. Mabanglo - 20.ago.2015/Efe
JGM04 LOS GATOS (ESTADOS UNIDOS), 19/01/2016.- Fotografía de archivo fechada el 20 de agosto de 2015 que muestra el logotipo de la plataforma líder de televisión por internet a nivel mundial, Netflix, en su sede de Los Gatos, California (Estados Unidos), hoy, 19 de enero de 2016. La Compañía presentará hoy, 19 de enero de 2016, sus resultados en el último trimestre de 2015. EFE/JOHN G. MABANGLO ORG XMIT: JGM04
Sede da Netflix em Los Gatos, Califórnia

Relatório do Instituto Reuters, da Universidade de Oxford, aponta que o vídeo pela internet "começa a afetar a televisão" no mundo.
Entre outros dados, compara assinaturas de TV paga e as chamadas "over the top", diretamente pela internet, como Netflix, de 2011 para 2015 nos Estados Unidos:
A TV paga caiu de 100,9 milhões de domicílios para 97,1 milhões, enquanto o vídeo OTT (Over the Top Content, jargão para empresas de tecnologia de serviços de áudio e vídeo pela internet) cresceu de 28 milhões para 50,3 milhões.
O Brasil não é destacado no estudo, mas as assinaturas de TV paga recuaram no ano passado após uma década de crescimento, segundo a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações):
A queda foi de 3%, passando de 19,6 milhões em dezembro de 2014 para 19 milhões em dezembro de 2015.
Não há dados abertos sobre assinaturas OTT no país, mas a Anatel registrou que as assinaturas de banda larga fixa cresceram de 24 milhões para 25,6 milhões no mesmo período, apesar da crise.
Além de um "grande ano para o Netflix", o Reuters Institute prevê a estreia do "streaming" da Apple, "finalmente", e o aumento nos serviços via internet das operadoras, como Verizon.
"A disrupção da televisão" já ameaça a TV aberta. Uma amostra teria sido a queda de 5% na audiência, sobretudo telejornalismo, no ano passado no Reino Unido.
O estudo, chefiado por Nic Newman, ex-executivo da BBC, se baseia em respostas de "mais de 130 líderes digitais de 25 países".
NETFLIX GLOBAL
Em seu relatório de resultados de 2015, há duas semanas, o Netflix anunciou ter ultrapassado 75 milhões de assinantes "poucas horas depois" da virada do ano, graças a um crescimento recorde fora dos EUA.
Ao vivo pelo YouTube, o presidente-executivo e fundador, Reed Hastings, lembrou que os primeiros passos no exterior não foram fáceis como parecem agora.
"O primeiro ano no Reino Unido foi de mercado muito difícil, a mesma coisa no Brasil, por razões diferentes", destacou, referindo-se aos tropeços com os pagamentos on-line, por aqui.
São ambos hoje "altamente bem-sucedidos para nós", mas novos problemas se apresentam, agora que falta pouco (China, Coreia do Norte e Síria) para o Netflix chegar a todos os países. O principal é a obtenção de "licenças globais" para séries e filmes, buscando reduzir o desnível nos catálogos.
A HBO, subsidiária da Time Warner que lançou em 2015 um concorrente do Netflix nos EUA, HBO Now, vai pelo mesmo caminho e acaba de abrir operações na Colômbia e no México.
Procurada, a assessoria da HBO Brasil confirmou que o serviço OTT vai chegar também ao país, mas ainda não foi definida a data.

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