Pesquisadores “desligam” diabetes usando descoberta em células-tronco
Pessoas com diabetes tipo 1 têm que injetar insulina diariamente, o que muitas vezes resulta em dor, vermelhidão, inchaço e prurido no local da injeção. Cientistas fizeram um novo avanço rumo à cura do diabetes tipo 1, para que isso seja coisa do passado.
Pesquisadores do MIT e Harvard usaram células produtoras de insulina para restaurar os níveis desse hormônio em ratos por um período prolongado. Os testes em humanos poderiam começar daqui a alguns anos, e se este processo for eficaz, os pacientes só precisariam de uma transfusão de sangue a cada poucos anos, em vez de uma injeção diária.
Em pessoas com diabetes tipo 1, o pâncreas é incapaz de produzir insulina, um hormônio crítico que ajuda o organismo a controlar os níveis de glicose no sangue. Sem insulina, este açúcar se acumula na corrente sanguínea em vez de ser usado para obter energia.
A causa exata do diabetes tipo 1 não é conhecida, mas os cientistas acham que tem algo a ver com o sistema imunológico do corpo, e com a maneira em que ele ataca as células produtoras de insulina. (O diabetes tipo 1 não é causado por comer muito açúcar.)
Para criar uma terapia eficaz que não dependa de constantes injeções de insulina, os pesquisadores – do MIT, Harvard, Boston Children’s Hospital e várias outras instituições – projetaram um material que encapsula células pancreáticas humanas antes de serem injetadas no corpo, protegendo-as do sistema imunológico.
Superfície do material que protege as células produtoras de insulina contra o sistema imunológico/Arturo J. Vegas et al, 2016
Em 2014, o mesmo grupo usou células-tronco para criar células produtoras de insulina em grandes quantidades. Agora, eles usaram essas células produzidas em massa e as transplantaram em camundongos, efetivamente desligando a doença por seis meses, e sem reações adversas do sistema imunológico.
Células-tronco embrionárias foram usadas para gerar células produtoras de insulina humana, que eram praticamente idênticas às normais.
Após o transplante em ratos, as células começaram a produzir insulina em resposta aos níveis de glicose no sangue. Isso curou os ratos de seu diabetes tipo 1 por um período de 174 dias – em termos humanos, isso é equivalente a vários anos.
Daniel Anderson, coautor do estudo, disse ao MIT News que esta abordagem “tem o potencial de fornecer aos diabéticos um novo pâncreas protegido do sistema imunológico, o que lhes permitiria controlar o açúcar no sangue sem tomar remédio”. O estudo foi publicado na revista Nature.
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