Asteroide 2002 NT7 vai colidir com a Terra em fevereiro de 2019?
08/01/16 - Estaria a NASA escondendo uma grande catástrofe com data marcada? Qual é a verdade sobre o asteroide de 2 km?
O asteroide 2002 NT7 (89959 2002 NT7), é um NEO (objeto próximo da Terra), com 2 km de diâmetro, descoberto no dia 9 de julho de 2002. O asteroide recém descoberto poderia ter passado despercebido, em meio a centenas de novos objetos que viriam a ser descobertos mais tarde, porém, algo chamou a atenção dos cientistas: sua trajetória.
O asteroide 2002 NT7 se tornou o primeiro objeto observado pelo programa de monitoramento NEO da NASA a ganhar um número positivo na Escala de Palermo (0,06). Para entendermos um pouco essa escala, ela tem a função de medir o risco de impacto de objetos com a Terra. Ela se parece com a Escala de Turim (que utiliza valores entre 0 e 10), porém, é mais detalhada e muito mais complexa. Na Escala de Palermo, o valor -2 representa um risco médio de impacto de 1%; o valor 0 indica uma probabilidade de impacto média igual a do risco médio, e o valor 2 indica que a chance de impacto é 100 vezes superior ao risco médio. Ou seja, havia uma chance considerável do asteroide 2002 NT7 colidir com a Terra em 1° de fevereiro de 2019, segundo a NASA. Vale lembrar que essa chance considerável era muito pequena, porém, ela existia.
Por ter sido o primeiro objeto com risco considerável de colisão com a Terra, logo ele ganhou a atenção de vários cientistas, que refizeram os cálculos, e novas observações auxiliaram na previsão de sua trajetória. Alguns dias mais tarde, em 28 de fevereiro de 2002, especialistas da NASA descartaram a possibilidade de colisão com a Terra. "Nós já podemos desconsiderar qualquer possibilidade de impacto para o dia 1° de fevereiro de 2019", disse Don Yeomans, da NASA. "Ainda não podemos descartar completamente a chance de impacto com a Terra para 2060, mas ao que tudo indica, ela também deve ser descartada com o passar do tempo."
Conspiração? A NASA estaria escondendo um grande impacto com a Terra?
Como já era de se esperar, o asteroide 2002 NT7 foi (e ainda é) motivo de discussões e teorias mirabolantes. De acordo com sites especialistas em "teorias da conspiração", o Governo Norte-Americano teria emitido um comunicado para que a NASA retirasse imediatamente qualquer possibilidade de impacto do asteroide 2002 NT7 com a Terra, mesmo que essa possibilidade ainda existisse. Por outro lado, diversos cientistas não gostaram da maneira que o assunto foi retratado pela mídia internacional, e acusaram os jornais de sensacionalismo.
Na opinião de Benny Peiser, da Universidade John Moore de Liverpool, na Inglaterra, seria prudente deixar claro para a sociedade que a trajetória do asteroide 2002 NT7 pode ser alterada por conta de atrações gravitacionais de outros objetos, e que futuras observações poderiam resultar em novas datas de colisão. Apesar disso, as chances são muito, muito pequenas, ou quase desconsideráveis, ao menos para esse asteroide.
O asteroide 2002 NT7 vai mesmo colidir com a Terra em 2019? E em 2060?
De acordo com a NASA, não há qualquer risco de colisão com a Terra para 2019. Além de ter sido removido da tabela de possíveis impactos, sabe-se agora que o asteroide 2002 NT7, de 2 km de diâmetro, passará a uma distância segura de 0,4078 UA (61,010,000 km) da Terra no dia 13 de janeiro de 2019, a uma velocidade média de 23 km/s, de acordo com o site NEO da NASA.
Já para 2060, não se sabe ao certo, já que sua trajetória pode sofrer alterações por conta da interação gravitacional com outros objetos. Até lá, não se sabe ao certo qual será a mudança orbital do asteroide, porém, podemos ver a previsão preliminar feita pela NASA:
De qualquer maneira, existem algumas formas de evitar colisões com a Terra, principalmente quando a data prevista de impacto é distante. Um ideia seria enviar mísseis que se chocariam contra o objeto, porém, a detonação iria apenas criar diversos fragmentos cuja trajetória não poderia ser prevista, o que poderia ser ainda pior. Uma das melhores maneiras de se evitar uma colisão com a Terra, de acordo com os cientistas, seria a deflexão. Engenheiros espaciais poderiam enviar uma nave até as proximidades do objeto em questão, que por sua vez, teria sua órbita alterada por conta da atração gravitacional da nave.
Esses métodos de interceptação não são 100% confiáveis, mas com certeza já seria uma carta na manga em uma hipotética futura colisão com a Terra.
Quais seriam os efeitos caso o asteroide 2002 NT7 colidisse com o nosso planeta?
Se um asteroide de 2 km atingisse a Terra, os efeitos seriam desastrosos! Os danos causados dependem muito da composição do asteroide, da inclinação, da velocidade e do local de impacto.
O mais provável é que qualquer objeto vindo do espaço caia no oceano, a uma profundidade média de 1,5 km. Considerando que o asteroide seja misto (composto por rochas e metais), e que colidisse a um ângulo médio de 45°, os cálculos feitos pelo programa ImpactEarth mostram que o impacto liberaria aproximadamente 600.000 megatons de energia, abrindo um buraco no oceano de 31 km, criando uma grande cratera de impacto no fundo do mar, inicialmente com 15 km de largura por 5 km de profundidade.
Se estivéssemos no litoral, a 80 km do impacto, por exemplo, seríamos atingidos pela radiação térmica em menos de 2 segundos, o que queimaria nossas roupas e causaria queimaduras imediatas de 3° grau, além de todas as árvores serem devastadas.
16 segundos após o impacto, um terremoto de magnitude 8.2 na Escala Richter nos atingiria, o que acabaria com construções, desmoronaria morros e montanhas. Os fragmentos da colisão chegariam após 2 minutos e 15 segundos do impacto, com tamanhos variando entre 26 cm e 1 metro.
A onda de choque chegaria apenas 4 minutos após a colisão, e o som seria de 118 dB, tão alto quanto o bramido de um elefante africano.
E quando tudo parecesse ter acabado, teríamos uma surpresa cerca de 11 minutos após o impacto: uma mega-tsunami, com ondas monstruosas de aproximadamente 291 metros de altura, acabando com tudo que encontrasse pela frente.
Por sorte, esse não será o caso do asteroide 2002 NT7 em 2019. Pode até ser que algo parecido aconteça no futuro, mas no momento, não há qualquer asteroide em rota de colisão com o nosso planeta, até onde se sabe...
O asteroide 2002 NT7 (89959 2002 NT7), é um NEO (objeto próximo da Terra), com 2 km de diâmetro, descoberto no dia 9 de julho de 2002. O asteroide recém descoberto poderia ter passado despercebido, em meio a centenas de novos objetos que viriam a ser descobertos mais tarde, porém, algo chamou a atenção dos cientistas: sua trajetória.
Créditos: NASA / NEO |
O asteroide 2002 NT7 se tornou o primeiro objeto observado pelo programa de monitoramento NEO da NASA a ganhar um número positivo na Escala de Palermo (0,06). Para entendermos um pouco essa escala, ela tem a função de medir o risco de impacto de objetos com a Terra. Ela se parece com a Escala de Turim (que utiliza valores entre 0 e 10), porém, é mais detalhada e muito mais complexa. Na Escala de Palermo, o valor -2 representa um risco médio de impacto de 1%; o valor 0 indica uma probabilidade de impacto média igual a do risco médio, e o valor 2 indica que a chance de impacto é 100 vezes superior ao risco médio. Ou seja, havia uma chance considerável do asteroide 2002 NT7 colidir com a Terra em 1° de fevereiro de 2019, segundo a NASA. Vale lembrar que essa chance considerável era muito pequena, porém, ela existia.
Na imagem podemos ver como a órbita do asteroide 2002 NT7 é altamente inclinada. Créditos: NASA / NEO / JPL-Caltech |
Por ter sido o primeiro objeto com risco considerável de colisão com a Terra, logo ele ganhou a atenção de vários cientistas, que refizeram os cálculos, e novas observações auxiliaram na previsão de sua trajetória. Alguns dias mais tarde, em 28 de fevereiro de 2002, especialistas da NASA descartaram a possibilidade de colisão com a Terra. "Nós já podemos desconsiderar qualquer possibilidade de impacto para o dia 1° de fevereiro de 2019", disse Don Yeomans, da NASA. "Ainda não podemos descartar completamente a chance de impacto com a Terra para 2060, mas ao que tudo indica, ela também deve ser descartada com o passar do tempo."
Conspiração? A NASA estaria escondendo um grande impacto com a Terra?
Como já era de se esperar, o asteroide 2002 NT7 foi (e ainda é) motivo de discussões e teorias mirabolantes. De acordo com sites especialistas em "teorias da conspiração", o Governo Norte-Americano teria emitido um comunicado para que a NASA retirasse imediatamente qualquer possibilidade de impacto do asteroide 2002 NT7 com a Terra, mesmo que essa possibilidade ainda existisse. Por outro lado, diversos cientistas não gostaram da maneira que o assunto foi retratado pela mídia internacional, e acusaram os jornais de sensacionalismo.
Na opinião de Benny Peiser, da Universidade John Moore de Liverpool, na Inglaterra, seria prudente deixar claro para a sociedade que a trajetória do asteroide 2002 NT7 pode ser alterada por conta de atrações gravitacionais de outros objetos, e que futuras observações poderiam resultar em novas datas de colisão. Apesar disso, as chances são muito, muito pequenas, ou quase desconsideráveis, ao menos para esse asteroide.
O asteroide 2002 NT7 vai mesmo colidir com a Terra em 2019? E em 2060?
De acordo com a NASA, não há qualquer risco de colisão com a Terra para 2019. Além de ter sido removido da tabela de possíveis impactos, sabe-se agora que o asteroide 2002 NT7, de 2 km de diâmetro, passará a uma distância segura de 0,4078 UA (61,010,000 km) da Terra no dia 13 de janeiro de 2019, a uma velocidade média de 23 km/s, de acordo com o site NEO da NASA.
Imagem mostra a posição dos planetas interiores, sobretudo da Terra e do asteroide 2002 NT7 no dia de sua máxima aproximação, em 13 de janeiro de 2019. Créditos: NASA / NEO / JPL-Caltech |
Já para 2060, não se sabe ao certo, já que sua trajetória pode sofrer alterações por conta da interação gravitacional com outros objetos. Até lá, não se sabe ao certo qual será a mudança orbital do asteroide, porém, podemos ver a previsão preliminar feita pela NASA:
Máxima aproximação do asteroide 2002 NT7 com a Terra em 24 de fevereiro de 2060. Créditos: NASA / NEO / JPL-Caltech |
De qualquer maneira, existem algumas formas de evitar colisões com a Terra, principalmente quando a data prevista de impacto é distante. Um ideia seria enviar mísseis que se chocariam contra o objeto, porém, a detonação iria apenas criar diversos fragmentos cuja trajetória não poderia ser prevista, o que poderia ser ainda pior. Uma das melhores maneiras de se evitar uma colisão com a Terra, de acordo com os cientistas, seria a deflexão. Engenheiros espaciais poderiam enviar uma nave até as proximidades do objeto em questão, que por sua vez, teria sua órbita alterada por conta da atração gravitacional da nave.
Esses métodos de interceptação não são 100% confiáveis, mas com certeza já seria uma carta na manga em uma hipotética futura colisão com a Terra.
Quais seriam os efeitos caso o asteroide 2002 NT7 colidisse com o nosso planeta?
Se um asteroide de 2 km atingisse a Terra, os efeitos seriam desastrosos! Os danos causados dependem muito da composição do asteroide, da inclinação, da velocidade e do local de impacto.
O mais provável é que qualquer objeto vindo do espaço caia no oceano, a uma profundidade média de 1,5 km. Considerando que o asteroide seja misto (composto por rochas e metais), e que colidisse a um ângulo médio de 45°, os cálculos feitos pelo programa ImpactEarth mostram que o impacto liberaria aproximadamente 600.000 megatons de energia, abrindo um buraco no oceano de 31 km, criando uma grande cratera de impacto no fundo do mar, inicialmente com 15 km de largura por 5 km de profundidade.
Ilustração / Créditos: CORBIS |
16 segundos após o impacto, um terremoto de magnitude 8.2 na Escala Richter nos atingiria, o que acabaria com construções, desmoronaria morros e montanhas. Os fragmentos da colisão chegariam após 2 minutos e 15 segundos do impacto, com tamanhos variando entre 26 cm e 1 metro.
A onda de choque chegaria apenas 4 minutos após a colisão, e o som seria de 118 dB, tão alto quanto o bramido de um elefante africano.
E quando tudo parecesse ter acabado, teríamos uma surpresa cerca de 11 minutos após o impacto: uma mega-tsunami, com ondas monstruosas de aproximadamente 291 metros de altura, acabando com tudo que encontrasse pela frente.
Por sorte, esse não será o caso do asteroide 2002 NT7 em 2019. Pode até ser que algo parecido aconteça no futuro, mas no momento, não há qualquer asteroide em rota de colisão com o nosso planeta, até onde se sabe...
Nenhum comentário:
Postar um comentário