sexta-feira, 23 de outubro de 2015

YOUTUBERS E USUARIOS CONTRA YOUTUBE RED

Esta semana foi tensa para os profissionais do YouTube e seus fãs. O site de vídeos famoso por ser gratuito anunciou um novo serviço pago chamado YouTube Red: por US$ 10 mensais, usuários nos EUA poderão assistir a qualquer vídeo sem anúncios, e poderão salvá-los offline.
Isso não deveria criar muitos problemas, mas a realidade é outra: o Google está escondendo vídeos de canais que não aceitarem participar do YouTube Red. E para quem aceita, o futuro é incerto.

Vídeos privados

Por meses, o YouTube vem conversando com os criadores de vídeo sobre os novos planos de assinatura, e está priorizando a experiência do usuário acima de tudo. Isso significa que, se os criadores não assinarem o contrato do YouTube Red, seus vídeos serão marcados como “privado” – ninguém poderá vê-los.
Isso tenta evitar um cenário em que assinantes do YouTube Red não teriam acesso a vídeos que não-assinantes podem ver, pagando para receber menos conteúdo do que se estivessem no YouTube gratuito.
“Criadores e usuários vêm pedindo um serviço de assinatura para o YouTube, e é por isso que nós criamos o YouTube Red”, diz um porta-voz da empresa ao Gizmodo. “Hoje, a esmagadora maioria dos nossos parceiros, representando quase 99% do conteúdo visto no YouTube, já se inscreveu. Vídeos de parceiros que não atualizaram seus termos serão marcados como privados, mas permanecemos empenhados em trabalhar em estreita colaboração com estes parceiros, com o objetivo de trazê-los a bordo.”
Dentro do 1% que não aceitou os termos do YouTube Red está a ESPN. Segundo o Jalopnik, apenas dois dos treze canais da ESPN no YouTube (Nacion e ESPN X Games) ainda estão ativos – os outros não exibem mais vídeos.
De acordo com um porta-voz do YouTube, a Disney (dona da ESPN) assinou um acordo para fazer parte do YouTube Red, mas a ESPN não está incluída no pacote devido a direitos autoriais e questões jurídicas. É possível que os acordos com ligas esportivas sejam um empecilho.

Dinheiro

Isso é algo complicado, especialmente para quem ganha a vida através de canais do YouTube. Megaestrelas como Felix Kjellberg – conhecido como PewDiePie – já assinaram o contrato e vão produzir conteúdo exclusivo para o YouTube Red. E quem ganha dinheiro apenas com uma parcela das propagandas veiculadas em seus vídeos? Eles não sabem se isso vai afetar o fluxo de dinheiro.
O YouTube atualmente dá aos criadores de conteúdo 55% da receita de publicidade em seus vídeos, e a empresa diz que dará aos parceiros do YouTube Red a maior parte da receita obtida com a mensalidade. Eles não especificam a quantidade exata, mas isso será baseado em quanto tempo as pessoas assistem aos vídeos de um canal.
Assim, o novo modelo de assinatura irá fornecer uma fonte adicional de receita para os criadores de vídeo. No entanto, seja devido à questão do dinheiro ou simplesmente devido à mudança abrupta, algumas pessoas parecem ofendidas. Arden Rose tem mais de um milhão de assinantes, e ela não está feliz com o YouTube Red:
Por que o YouTube constantemente faz coisas para irritar tanto seu público e os criadores?
As pessoas não estão apenas chateadas com o contrato para criadores do YouTube. Elas parecem estar geralmente com medo de um mundo onde você tem que pagar para assistir a alguns vídeos do YouTube. Eis a reação de um gamer com mais de 800 mil assinantes:
Até agora, isso é tudo o que sabemos sobre o YouTube Red. 1. Nome horrível. 2. Os ricos ficam mais ricos. 3. Ninguém sabe o que isso significa para os outros 99% do YT.
Um YouTuber até mesmo criou uma petição chamada “Parem o YouTube Red“, que já atraiu mais de 7.000 assinaturas até o momento.

E os usuários?

Isso é problemático para quem ganha dinheiro com o YouTube. E quanto aos usuários? O impacto óbvio é que vários vídeos estão sumindo de vista simplesmente porque o Google quer que o YouTube Red vire realidade.
Não é a primeira vez que o YouTube se envolve em uma polêmica dessas. No ano passado, o Google comecou a bloquear vídeos de gravadoras independentes que se recusavam a assinar um acordo de licenciamento para o Music Key, serviço de assinatura de música.
E isso vai além. Aqui, a questão é que o Google tem um controle enorme sobre o mundo do vídeo online. Se os criadores não gostarem dos termos no YouTube, eles não têm muita escolha. Ou eles param de fazer vídeos, ou partem para outra plataforma, como o Vimeo ou o Facebook. No entanto, outros sites de vídeo têm audiência menor, e o Facebook não rentabiliza vídeos por enquanto.
A ideia é que o YouTube Red não mude a forma como o YouTube normal funciona, mas só saberemos ao certo quando o serviço receber conteúdo exclusivo em janeiro; a parte sem anúncios começa na semana que vem.

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