quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Guerra é a única alternativa se acordo com Irã não for aprovado, diz Obama
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez uma defesa nesta quinta-feira do acordo nuclear com o Irã e o comparou com o pacto de não proliferação atômico assinado com a União Soviética na década de 1960.
Em discurso na American University, o mandatário disse que a única alternativa ao acordo com o Irã seria uma nova guerra no Oriente Médio. Isso, para ele, seria pior para todos os países.
"A rejeição a este acordo nos deixa com uma só alternativa: uma nova guerra no Oriente Médio", afirmou. "Uma guerra nuclear seria muito mais perigosa para a América, para Israel e para o mundo do que este acordo."
Como exemplo do problema que seria uma nova guerra, lembrou-se dos conflitos no Afeganistão e no Iraque, que começaram no governo do adversário republicano George W. Bush (2001-2009).
"Se aprendemos algo desta década, é que guerras têm como resultado a perda de vidas e de recursos. As potências não podem agir de forma impulsiva. Não é porque a linha dura do Irã reage desta maneira que devemos ser assim."
Ele criticou os rivais políticos por defenderem o aumento das sanções econômicas para acabar com o programa atividade nuclear da República Islâmica. Para ele, um acordo melhor que o conseguido "é uma fantasia".
"Estes argumentos não se baseiam no conhecimento da sociedade iraniana. As sanções não vão forçar o fim de todo o programa nuclear. Tentem derrubar este acordo e vocês conseguirão um pacto melhor. Para o Irã."
Depois de discorrer sobre os argumentos apresentados pelos críticos ao pacto nuclear, Obama disse entender as preocupações do premiê de Israel, Binyamin Netanyahu. Mas disse que ele está errado.
"Ninguém critica o fato de que Israel tenha um forte ceticismo contra qualquer acordo. Mas o fato é que, com ajuda americana, Israel é capaz de se defender de qualquer ameaça à sua segurança."
A escolha da American University e do dia 5 de agosto para fazer o discurso foi proposital. Foi na instituição que John F. Kennedy defendeu o desarmamento nuclear antes do fim da Guerra Fria, em 26 de julho de 1963.
Já o 5 de agosto foi o dia em que Kennedy assinou o acordo banindo testes nucleares na atmosfera ou na água. O pacto foi firmado também pelos então premiê britânico, Harold Macmillan, e líder soviético, Nikita Khruschev.
VOTAÇÃO
O discurso de Obama é mais uma tentativa de influenciar o Congresso a aprovar o acordo com o Irã. A proposta é recusada pela maioria republicana e também por democratas de origem judaica.
Em reunião na terça (4) com lideranças judaicas, Obama disse que precisaria recorrer a uma ação militar, o que seria pior para Israel. O encontro foi uma resposta ao lobby israelense contra qualquer pacto com os iranianos.
Pela proposta assinada entre a República Islâmica e as potências do grupo 5+1 (EUA, Reino Unido, França, Rússia, China e Alemanha), o Irã se compromete a reduzir seu enriquecimento de urânio.

Teerã se compromete a permitir a inspeção das instalações nucleares por monitores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Em troca, os países retirarão sanções econômicas e políticas ao país.

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