Em SP, Dilma pede apoio de paulistas e diz que torcer contra é inaceitável
Eduardo Anizelli/Folhapress | ||
Dilma e Geraldo Alckmin entregam casas do programa Minha Casa, Minha Vida em Catanduva (SP) |
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Ao lado do governador Geraldo Alckmin (PSDB) e em evento com transmissão simultânea para outras três cidades de São Paulo, a presidente Dilma Rousseff (PT) pediu nesta terça-feira (25) em Catanduva (a 385 km da capital) o apoio do povo paulista, disse que a crise na economia é internacional e que é inaceitável que "se torça para o pior acontecer"."Podemos divergir, mas devemos agir juntos para proteger os interesses da população. Quando agimos juntos, somos capazes de realizar mais e melhor", afirmou a presidente.
"A gente tem que enfrentar os problemas de frente. Jamais é aceitável que se torça para o pior acontecer. Porque quando acontece o pior, quem paga é a população do país."
Dilma entregou de manhã 1.237 unidades residenciais do programa Minha Casa Minha Vida, em Catanduva. Ao mesmo tempo, foram entregues outras 754 casas em Araraquara, 448 em Araras e 116 em Mauá.
As entregas nessas cidades de São Paulo –Estado onde Dilma enfrenta sua mais forte oposição– foram transmitidas ao vivo por um telão instalado no palco onde a presidente discursou, sempre saudando os respectivos prefeitos de Araraquara, Araras e Mauá, que não estavam em Catanduva.
Por meio de link via satélite, o ministro Edinho Silva (Comunicação) participou do ato em Araraquara. Em Araras, estava Kassab (Cidades) e, em Mauá, Miriam Belchior (presidente da Caixa Econômica Federal). Eles atuaram como "apresentadores" dos eventos em cada município.
Em sua fala, Dilma enalteceu o "dinamismo" e o "trabalho do povo paulista", que "supera desafios e dificuldades".
"O Brasil e o meu governo têm muito orgulho do dinamismo, da capacidade e do trabalho do povo paulista. É um povo trabalhador, que constrói, que supera desafios e dificuldades. Por isso, tenho certeza que vocês [paulistas] vão entender que, quanto mais rápidos formos capazes de superar as nossas dificuldades, que são dificuldades pelas quais todos os países do mundo estão passando, [mais rápidos elas serão superadas]."
A presidente voltou a dizer que as dificuldades do governo serão superadas. "Temos de enfrentar os problemas e jamais será aceitável quem torce para o pior acontecer, porque quando acontece, quem paga é a população."
Ela citou a turbulência na economia chinesa, a segunda do mundo, e disse torcer para que as dificuldades econômicas e financeiras daquele país sejam superadas. Mais cedo, ela tinha afirmado a rádios do interior que situação do país não deve ser maravilhosa no ano que vem.
ÁGUA
Em seu discurso, de 28 minutos, a presidente falou também dos programas feitos pelo governo em São Paulo. Disse que é o Estado que mais recebeu profissionais do Mais Médicos, que 1 milhão de paulistas estudam com Prouni ou Fies e que 1,4 milhão se qualificaram pelo Pronatec.
Disse ainda que a União está a postos caso o Estado precise de mais obras para viabilizar a oferta de água –problema que atinge São Paulo desde o ano passado.
"Nós já financiamos uma parceria com obras importantes, a interligação das represas de Jaguari-Atibainha e o sistema São Lourenço. Tenho certeza que, se for necessário mais obras para viabilizar a oferta de água aqui em São Paulo, mais obras faremos em parceria com o governador."
No final do discurso, Dilma voltou a pedir o apoio do povo paulista.
"Todos nós, que somos brasileiros e brasileiras, sabemos que temos capacidade de superar desafios, de apresentar e construir caminhos e chegar a resultados."
A visita a Catanduva foi realizada um dia depois de o governo federal ter anunciado o corte de dez ministérios e de Dilma ter admitido que demorou para perceber a gravidade da crise econômica.
VISITA
Acompanhada de Alckmin, ministros e deputados, Dilma visitou uma casa e uma creche no conjunto habitacional antes do início da solenidade.
O imóvel recebeu nos últimos dias serviço de jardinagem. O mesmo não foi feito nas demais unidades do bairro.
O evento contou com cerca de 50 bandeiras do Brasil, distribuídas por simpatizantes. Ao menos três pessoas portavam pequenas bandeiras com o nome de Dilma, as mesmas utilizadas na campanha eleitoral do ano passado.
'BLINDAGEM'
O ato no conjunto habitacional foi "blindado" contra protestos. O bairro ficou todo cercado –desde as obras– e todos os contemplados com casas e seus acompanhantes utilizaram ônibus para se deslocar até o centro do bairro, onde a estrutura para o evento foi montada.
Todos, sem exceção, passaram por detectores de metais antes de chegar ao espaço. Não houve nenhum protesto no local.
Já no centro de Catanduva, um grupo de 20 pessoas fez um protesto contra o governo federal.
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